Biomecânica e o Futuro

“As pessoas não têm deficiências ou limitações. É nossa tecnologia que é inadequada […] Níveis básicos das funções fisiológicas deveriam ser parte de nossos direitos humanos.” Herr, 2014.

imageDr. Hugh Herr perdeu ambas as pernas após uma gangrena decorrida de longa exposição ao frio e gelo em uma de suas escaladas. Um jovem atlético e apaixonado por esportes radicais, Hugh disse que nunca se viu como deficiente: “Um humano nunca está quebrado”.

O jovem brilhante percebeu que a tecnologia disponível para próteses que precisava ser desenvolvida. Ele notou o potencial dos membros mecânicos para ajudá-lo na em suas escaladas, e começou a desenvolver pernas específicas para cara necessidade, permitindo que escalasse de novas formas!

Perna desenhada especificamente para Escaladas.
Perna desenhada especificamente para Escaladas.
Perna desenhada especificamente para escaladas na neve.
Perna desenhada especificamente para escaladas na neve.
Perna desenhada especificamente para Escaladas.
Perna desenhada especificamente para Escaladas.

Herr é um PhD trabalhando no MIT com pesquisas de desenvolvimento biomecatrônico. Vale observar que os membros biônicos não são meras próteses. Há todo um conceito imitando a natureza, onde o membro oferece um equilíbrio imageentre firmeza e suavidade, assim como nosso corpo. A pesquisa possibilita membros realmente funcionais, e não apenas as mais conhecidas próteses atuais, que muitas vezes funcionam mais como cosmética ou “quebra-galho” do que de realmente para restaurar a capacidade motora.  Há 3 princípios básicos nessa interface:

  • Mecânico: Como os novos membros são anexados ao corpo.
  • Dinâmico: Como fazê-los se movimentar como ossos e músculos
  • Elétrico: Como eles se comunicam com o sistema nervoso.

Outro lado dessa pesquisa foca não apenas em partes robóticas para substituir membros biológicos perdidos, mas também exoesqueletos – “armaduras” que podemos vestir para incrementar nossas capacidades físicas. Traduzindo, eles trabalham para tornar reais tanto o Robocop quanto o Iron Man 🙂

Exemplo de Exoesqueleto para proteger as juntas de um corredor.
Exemplo de Exoesqueleto para proteger as juntas de um corredor.

“Como pode, em nosso atual estágio tecnológico, os sapatos ainda nos causarem bolhas? A gente não faz a menor ideia de como anexar coisas ao nosso corpo.”

De fato esse avanço tecnológico traz inúmeras possibilidades, assim como outras tantas questões morais. Imagine que em 30 anos, assim como hoje uma menina de 16 anos já decide pôr silicone para “melhorar” sua aparência (segundo o atual padrão de beleza aceito pela sociedade), um garoto pode decidir que quer substituir seu atual braço biológico esquerdo por uma potente e versátil versão robótica. Ou uma garota que opta por substituir seus olhos por incrementadas versões eletrônicas que adicionem zoom, opção de gravação, e visão noturna; tudo sincronizado diretamente com a nuvem para consultas posteriores. Ou seja, um Legolas melhorado. As oportunidades são ilimitadas na verdade.

No livro Física do Futuro, o Dr. Michio Kaku fala sobre suas previsões para a humanidade nos próximos 100 anos. Ao contrário da mãe Dináh, Dr. Kaku não está consultando os astros em suas previsões, ele na verdade colocou de forma linear quando as tecnologias em desenvolvimento hoje chegarão ao mercado. Uma das melhores partes é a frase de abertura, que diz “todas as tecnologias citadas nesse livro para as previsões futuras já existem, de alguma forma, hoje. Seja em formas primitivas de pesquisa ou em retoques finais”.

Por exemplo, em 2011 – quando o livro foi lançado- Michio Kaku não falava do Google Glass, mas sim de uma forma mais avançada de construção de uma Lente de Contato computadorizada que trará informações sincronizadas direto da Internet para nossos olhos. Ele falava das lentes 2 anos do lançamento do Óculos 🙂

O Dr. Michio Kaku fala bastante sobre membros biônicos e o que eles podem representar para a sociedade. Uma discussão mais filosófica, porém extremamente relevante, mescla os membros biônicos com a engenharia genética e refere-se a criação de castas especializadas. Imagine por exemplo que um jovem filho de pedreiros seja incentivado pelos pais a substituir seu braço biológico por um mecânico específico para auxiliar na Construção civil. Vulgo: Um Pedreiro Oficial, e vitalício. Agora avance um pouco nesseimage pensamento e imagine que em 2075 nós criemos a primeira linhagem humana Geneticamente otimizada para realização de trabalhos específicos. Esse é o conceito de Eugênia (sim, aquele que serviu de base científica ao Nazismo e à dizimação de homossexuais, deficientes físicos, mentais, e – posteriormente – aos Judeus) em seu grau máximo, sendo possível os pais escolherem, por exemplo se seus filhos serão o Hércules ou o Einstein. Também seria possível caminharmos para a criação de castas de trabalho, pessoas com QI inferior, habilidade motoras superiores, e membros biônicos para realização de trabalhos braçais. Seria possível criar a Doméstica perfeita! A galera retweetada pelo perfil @aMinhaEmprega agradece! Para maiores discussões nesse tema três filmes são essenciais: A Ilha, Gattaca, e A Viagem. Aliás, esse é um tópico perfeito para uma discussão durante um café!

Como tudo mais na humanidade, todo desenvolvimento é um perigo em potencial. Nós andamos em uma linha tênue dividindo o Progresso da Atrocidade. Tradicionalmente a humanidade caminha em ziguezague, com cada resposta trazendo mais duas perguntas.

De qualquer forma, o Vídeo dessa TED talk termina em um tom extremamente positivo (e emocionante). A Adrian Davis foi uma das vítimas do atentado de Boston, onde perdeu uma perna. Dançarina profissional, Adrian não se deixou derrotar e, junto com Dr. Herr, desenvolveu uma perna otimizada para a Dança. Sua primeira apresentação desde o atentado ocorre no evento, aos 15 minutos do Vídeo. Não deixe de assistir! O vídeo tem Legendas em Espanhol como “prótese” (quebra-galho) caso você queira assistir toda a palestra e não fale Inglês. Se você não quiser assistir, pule direto para os 15 minutos. Vale a pena Alegre

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